quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

South Island (parte 3): “Hi, I’m Paulete Buck!”

Lembrem que no post passado falei que tinha conhecido gente muito legal em Franz Josef? Então, uma delas foi uma senhora, americana de um pouco mais de 60 anos, super descolada, que estava viajando sozinha e se hospedando em albergues. E daí que conversa vai e conversa vem, ela me perguntou como eu estava viajando e para onde eu iria. Respondi que estava hitchhiking rumo ao Norte. E daí que ela me deu uma passagem de Greymouth (cidade vizinha a Hokitika, para onde segui depois de Franz Josef) para Nelson (meu destino final na Ilha Sul), seis horas e meio de viagem. Assim, ela me deu. Simplesmente! O que eu deveria fazer era estar no dia e hora marcada e dizer que me chamava Paulete Buck!

O ônibus partiria às 13h15 de uma quarta-feira. Acordei em Hokitika e precisava ir para Greymouth, 57km de distância. O problema é que chovia muuuuuuuuuuito e seria difícil tentar uma carona. Sem problemas, tomaria um ônibus. Isso se tivesse passagem disponível. O que fazer?! Bom, não teria jeito se eu quisesse usar o ticket ganho, teria que partir. E daí que mesmo com chuva fui... primeiro tentei me resguardar embaixo de algumas marquises, na esperança da chuva passar. Nada.

Fui andando e ficando completamente ensopada! Mas totalmente. E a mochila que era pesada foi ficando mais pesada... e o povo que não parava, daí mesmo que não parava... chegou um momento que parei no acostamento e pensei “beleza, não tem jeito, vou perder essa passagem, não gastei nada com ela mesmo. É isso, vou voltar, me secar e decidi o que fazer”. Mas não consegui voltar, simplesmente. E fiquei ali, parada, por alguns segundos... e continuei andando... pingando e andando. Sabia que em algum momento alguém pararia. Sempre alguém para em algum momento. E não andei mais que 10 minutos e uma mulher em um carro com dois cachorros que não paravam de pular no meu colo (além de molhada, fiquei cheia de pelos grudados) me levou até onde eu precisava.

Foi o tempo de chegar na cidade, trocar de roupa, tomar um café e estava pronta para ser Paulete Buck. Mas quem seria Paulete Buck?

Uma coisa boa quando se viaja sozinha em um lugar totalmente desconhecido é essa sensação de que, apesar de nada nem ninguém ser referência para ti, isso faz com que sejamos o que queremos ser sem preocupação com julgamentos e tal. Eu sou mais eu. Essa é o sentimento, ou deveria ser. E, nesse caso, por um momento, eu era Paulete Buck. E, mais uma vez, Alex Supertramp (que na verdade se chamava Chris McCandless) estava comigo. Mas, ao contrario dele que assumiu um outro personagem para encarar a aventura dele, para mim era mais do que claro que, apesar de tudo, eu estava bem com a Camila Stähelin e não precisava assumir nenhuma outra personalidade. Seria Paulete Buck apenas para entrar no ônibus. E de fato, nem precisou... cheguei, coloquei minha mochila no bagageiro, sentei e o motorista nem me perguntou nome ou pediu por passagem ou dinheiro... assim, gente. Entrei, sentei e fui.

Depois de uma viagem com vistas lindas (tirei cada foto linda, que enfim, né?) cheguei a Nelson. Queria muito conhecer a cidade, já que tentei mudar para lá em meu primeiro mês em Taupo. Ainda bem que não o fiz! A cidade é legal, mas é portuária e é preciso caminhar uma hora, EXATAMENTE, uma hora para chegar à praia, que não é lá essas coisas. O que salvou muito foi o albergue que fiquei, o melhor de todos que estive na Nova Zelândia. Parecia muito um hotel, muito bom! O dono é um querido e te pega e te leva onde tu queres a qualquer hora, além de fazer pão quentinho todas as manhãs...

No segundo dia em Nelson decidi fazer uma caminhada de três dias pelo Abel Tasman National Park, uma hora e meia de distância de ônibus. Caminhei cerca de 20 km cada dia (vários deles sem encontrar uma pessoinha se quer) e no caminho encontrei cada praia deserta maravilhosa.... e foi isso, trilhas e praias desertas... lindo, perfeito, paradisíaco. Como não tinha barraca, dormia em huts (são cabanas com cerca de 20 camas e uma cozinha que existem por toda Nova Zelândia). Só é preciso reserva no Departamento de Preservação da região antes de começar a trilha... é super organizado e funciona bem pra caramba. Super vale a pena.

Depois dessa trilha (na qual, no último dia consegui deletar TOOOOODASSSS as fotos da minha trip), me despedi da Ilha Sul. Super me apaixonei pelo lugar. Definitivamente, viajar de carona foi a melhor coisa, tanto para conhecer os lugares quanto pelas histórias e pessoas que conheci pelo caminho... falando nelas, mesmo nos albergues e trilhas, apesar de terem sido poucas as que cruzaram o meu caminho, todas foram muito legais. E, ao contrário de Alex Supertramp que precisou morrer para se dar conta que “a felicidade só é real quando compartilhada”, eu já sabia disso mas depois dessa temporada (super necessária, que não mudaria nada) se já achava que não podia viver sem ser rodeada de pessoas, agora mesmo é que não tenho mais dúvidas. Amo estar no meio do mato, sem dúvida estou muito mais bicho-grilo do que antes, mas somos seres sociais. Quero meu espaço, sim, mas quero pessoas para dividir!

South Island (parte 2): “Into the wild”

Em meu último dia em Queenstown acordei cedo porque sabia que partiria, mas não fazia a menor ideia de como e nem para onde (quer dizer, deveria ir para o norte) . Quando estava fazendo meu check out no albergue, a dona me perguntou para onde eu iria e disse que não tinha certeza. Ela me ofereceu uma passagem para Wanaka, uma cidade uns 170 km de distância. Comprei o ticket do ônibus que sairia em 15 minutos. Claro que perdi, né? Voltei no albergue para decidir o que fazer. Um próximo ônibus só em três horas, mas eu não tava nem um pouco afim de esperar. Queria seguir viagem, meu tempo na cidade já tinha dado... Pedi meu dinheiro de volta (eles devolveram!!!!) e resolvi tentar pedir carona... tinha três horas, se rolasse, ótimo, economizaria, caso contrário, voltaria e iria de ônibus.

Confesso que a primeira esticada do dedão não foi assim tão simples. Afinal de contas, uma coisa é pedir carona na Lagoa da Conceição (olha que hoje em dia nem sei se me arriscaria) e outra é fazer isso em um outro país, mas na NZ todos me disseram ser super tranquilo e seguro. Resolvi arriscar.

Depois de uns 50 metros caminhando, a coragem veio e o dedão com ela. Esperei bem menos de cinco minutos e parou um cara super simpático. Disse que não iria para Wanaka, mas me deixou em uma autoestrada onde seria mais fácil de pegar carona. E foi. Ele me largou, dei uns 10 passos e um casal de asiáticos (acho que eram tailandeses, não sei) parou. No que eu estava entrando no carro, parou um outro carro atrás e uma mulher pediu pra eles também darem carona para um francês... 500 metros mais a frente um outro cara pedindo carona. O casal nem hesitou, parou e mais um se juntou a gente.

Depois de muitas curvas (por sinal, quem tem problemas com estradas sinuosas não consegue viajar por aqui. Praticamente não existe estrada plana e reta, é sempre subindo e descendo serra) e paisagens lindíssimas, Wanaka. O lugar é bem menor que Queenstown e Taupo, mas aquela mesma história de lago, com montanhas e neve no cume. Decidi só descansar e caminhar ao redor, sem pressão de saber sobre nada, nem trilhas... E em Wanaka foi isso, meio dia e uma noite. Acordei cedo no dia seguinte e de novo pronta pra colocar o pé na estrada...

Sabem aquele filme “Chocolate”, em que a mulher precisa mudar de cidade sempre que batia um vento?! Então, a vibe se tornou essa. Ia pra cama sem saber o que aconteceria no dia seguinte e, às vezes, acordava certa de que meu tempo ali tinha dado. Colocava a mochila nas costas e ia com a ideia de “vou para onde o primeiro carro que parar estiver indo”.

Quem viu o filme “Into the wild” (“Na natureza selvagem”, na tradução brasileira. O link foi o primeiro do Google, mas a sinopse dá uma ideia boa da história... hehe) talvez entenda melhor minhas divagações daqui pra frente... Tinha assistido o filme em São Paulo, choreiiiii muito e, de primeira, se tornou um dos meus preferidos. Vi de novo em Taupo e ganhei o livro de presente antes de partir. E daí que Alex Supertramp foi meu companheiro de viagem... e viagens. As conexões foram constantes e intensas... Não teria livro mais perfeito para aquele momento.

Dessa vez meu destino eram os glaciares, umas quatro horas de distância de Wanaka. Mas não sabia ao certo quais das duas cidades que há na região, se Fox Glaciares ou Franz Josef. Acho que saí muito cedo do albergue nesse dia, antes das oito já estava na rua e era domingo (mas, claro que não fazia idéia do dia da semana. Um dos caras que me deu carona que me disse). Caminhei quase quarenta minutos e NENHUM carro passou por mim... e nisso eu ia me afastando da cidade, o tempo fechando e a chuva começando a cair fininha.... Só passavam casal de velhinhos (maioria asiáticos – que não param de jeito nenhum) com carrão ou família com o carro lotado. Até que me parou um cara, daqueles bem grandões, dois por dois, que a cabeça vai grudada no teto. Eu tava pronta pra dizer “oi, desculpa, mas eu não me sinto segura contigo!”. Quando ele abriu a porta e junto um sorrisão, tive certeza que era inofensivo. Fazia só um tipo Sherek... Ele seguiria para o sul, naquele momento, mas me deixaria em uma autoestrada... E foram mais alguns quilômetros. Ainda antes de eu descer ele me disse que caso eu não conseguisse carona logo, ele iria no fim do dia para o destino que eu pretendia (e, de fato, no dia seguinte o encontrei no meio de uma trilha), e pararia para mim de novo. Ok, chegaria ao meu destino em algum momento daquele dia..

Depois de uns 10 minutos andando, um gurizão fumando um cigarro, bebendo um café, ainda meio dormindo e reclamando que teria que trabalhar no domingo, parou... Foram só mais uns 20 km, mas quando se pede carona, 1km é sempre 1km... E daí que parei no meio de nada e cada vez mais estava no meio de nada... e caminhando para o nada... e o tempo fechando... subindo e descendo morro e nada.. ninguém passava.

Foi louco quando me vi ali, com minha mochila nas costas, andando pela estrada, sem saber bem ao certo para onde. Primeiro pensei “sou completamente louca”, por questões de segurança, mesmo (brasileira, mulher, sozinha, no meio da estrada, não tinha como pensar diferente)... mas depois de passar essa pira de segurança e tal eu queria só andar. Os carros passavam e eu nem queria que eles parassem. Queria só andar. E isso aconteceu em alguns momentos, não só ali como em outras estradas... e, às vezes, era ruim porque me sentia a pessoa mais sozinha do universo e porque a saudade dos meus e dos que deixei para trás doía muito... mas outros momentos era ótimo. Me sentia tão bem, comigo ali no meu caminho. Só eu e eu... e assim segui, falando comigo mesma, cantando, chorando, rindo. Sim, definitivamente parecia uma louca. Mas não estava nem aí. Me sentia bem...

Foi então que um casal que viajava em uma van parou. Fui sentada por mais de três horas em cima do colchão deles, dividindo espaço com as malas. No que eu entrei no carro, a chuva caiu sem dó nem piedade e continuou assim até chegarmos a Fox. Fiz a trilha com eles (que dava no começo dos glaciares, tipo uma cachoeira enoooorme congelada. Uma viagem, aquela pedra de gelo gigante) e, em seguida, fomos para Franz Josef. Melhor carona, impossível! No fim, fui para as duas cidades que queria. Quando saí do carro, ainda me disseram que em dois dias continuariam a viagem para o Norte e, caso eu quisesse uma outra carona, era só esperar por eles em uma hora tal, num ponto da estrada.

Franz Josef é uma cidade pequena. Pequena, mesmo. 250 habitantes. E tem, exatamente, uma rua principal com três transversais. Fiquei um dia e meio lá. Conheci um povo legal. Fiz umas cinco trilhas (só ao redor do bloco de gelo, já que para colocar o pezinho teria que pagar, no mínimo, 100 dólares por meio dia.

De novo o vento bateu... acordei e não fazia a MENOR idéia de onde ir (dessa vez mais do que antes). Começaria agora a estrada rumo ao litoral norte, mas não tinha nada em mente. Fui para estrada na esperança de encontrar o mesmo casal, mas não foi preciso. Em dois minutos parou um senhor Maori que estava indo para Hokitika, uma cidade costeira. Pensei, é lá mesmo. E daí que o homem foi me dando uma puuuuuuta aula sobre a cultura Maori e a natureza kiwi durante as duas horas de viagem.

Fiquei um dia na cidade e ela super não tem nada. A não ser pelo fato de ser o principal ponto de produção de Pounamu (é tipo um patuá, talismã, que os Maoris usam no pescoço. Eles são normalmente feitos de jade e tem diferentes formatos, com diferentes significados). O adereço costuma ser muuuuuuuuuito caro, mas eu achei o meu por uma bagatela (lindooooooooo!!), exatamente como eu queria, na praia. Tinha um senhor com uma pequena mesinha. E Hokitika foi isso: encontrar meu pounamu! Meio dia e uma noite foi muito mais do que suficiente.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

South Island (parte 1): Isso é real?! Alguém me belisca?!

Para os que ainda não se situaram na geografia do lugar, Taupo fica na Ilha Norte da Nova Zelândia e enquanto morei lá fiz algumas viagens de fim de semana por algumas cidades. Mas o fato é que desde sempre morria de vontade conhecer a Ilha Sul, que todos diziam ser bem mais selvagem. O país tem cerca de quatro milhões da habitantes, sendo que três milhões vivem na Ilha Norte (1 milhão só em Auckland)... entenderam, então, como a Ilha Sul consegue ser ainda mais inabitada, certo?

Cheguei lá por Christchurch. A ideia inicial era passar um dia na cidade e, no seguinte, seguir viagem. Acabei tendo que mudar meu voo e passei apenas uma noite, no aeroporto, já que tinha um voo na manhã seguinte para Queenstown. Eu e mais uns trinta que dormimos lá fomos convidados a nos alojarmos no chão, em um canto bem iluminado e barulhento do aeroporto... Foi então que conheci um alemão que tinha morado nos últimos quatro meses em Queenstown e estava indo para Bali. Ele me deu varias dicas, de albergue, trilhas e o que fazer... Foi ótimo já que a pessoa saiu sem mapa, guia ou coisa parecida. Tinha essas duas passagens e uma outra de volta para ilha norte 15 dias depois. O que faria nesse meio-tempo, para onde ia, como iria, decidiria assim, chegando nos lugares, conhecendo pessoas, me deixando levar... tinha começado bem meu propósito.
Enfim, Queenstown. Gente, o que é Queenstown!?!?!?!?!? É do caralhooo!!!! Minha sensação quando vi a cidade de cima, e mais ainda quando desci, é que estava chegando a uma locação de algum filme. Não pareciam reais aquelas montanhas gigantescas por toda parte. O negócio é impressionante!!! É lindo, lindo, lindo!!!!! Tanto que a impressão o tempo inteiro é que não é de verdade...

Apesar de já ser dezembro e verão, chovia e estava um frio do caramba, que me fez lembrar Taupo assim que cheguei na Nova Zelândia... Minha primeira tarde na cidade foi caminhar ao redor, sentir o clima, e ficar embasbacada com a paisagem... dá muito pra entender porque os brasileiros amam isso daqui (dizem que correspondem a 10% da população do lugar), porque é muito foda!!! Eu não encontrei nenhum, mas também não procurei...
Segundo dia: embora fazer trilha!!!!! Se tem uma coisa que fiz nessa viagem foi caminhar... como eu caminhei... chegava em novo lugar e perguntava por trilhas (com certeza deixei de ver vários pontos turísticos, o que não me arrependo nenhum pouco). Em algumas cidades cheguei a fazer três, quatro em um mesmo dia. Numa dessas, conheci um brasileiro (o único com quem topei) que me disse que o melhor jeito de se viajar é caminhando... enfim, super concordo. O problema é ter tempo para fazer isso, né?! Ainda mais quando se deseja conhecer tanto lugar no mundo...

No terceiro dia fiz aquela que foi a maior gasto de todos até agora. Comprei um tour de dia inteiro para Milford Sound. Não teve muito jeito, precisava ir. O lugar é meio inacessível e para fazer a trilha no parque, que dura uns três dias, é preciso reservar com muita antecendência (uma coisa meio Machu Picchu). Para terem uma idéia até março não tem vaga.
E daí que depois de uma viagem de ônibus de umas quase quatro horas, com cenários que fizeram com que me visse refletida na janela de queixo caído por vários momentos, chegamos a um dos lugares mais maravilhosos que meus olhos já viram. É indescritível, é mágico!!!! Lá peguei um barco que me levou entre paredões GIGANTESCOS e cachoeiras em um caminho labiríntico que depois depois de quase uma hora desembocam no mar... enfim, maravilhoso!!! Só vendo. É difícil explicar...

Sim, seria ótimo colocar uma foto para ilustrar, né?! Mas, aumentando a lista das cabacices que aconteceram com a pessoa na terra dos kiwis, eu consegui a proeza de deletar todas as fotos da minha viagem pela ilha sul em meu último dia de trip. Ou seja, os posts sobre o lugar são sem imagens... sim, eu sei, que estúpida!!! Mas já me torturei o suficiente por isso e, enfim, paciência!

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Minha sobrinha nasceu!!!!!



Minha grande e imensa família ganhou mais um integrante... eeeeeeee!!! Sim, meu povo ela não para de crescer... como gostam de se reproduzir, não?!?!?! Hahahaha... É essa bonitinha aí da foto. Luana o nome dela, e é filha do meu irmão Dudu. Confesso que fiquei um pouco assustada quando vi meu "irmãozinho" segurando um bebê no colo... um bebê que é seu... ai ai, o tempo passa!

Enfim, precisava dividir com vocês isso. Afinal, tô aqui do outro lado do mundo e nem posso abraçar, cheirar e beijar minha sobrinha e os meus...

Seja bem vinda Luana!!! Parabéns Dudu e Gabi!!!!

domingo, 29 de novembro de 2009

Pé na estrada

Starting the journey

Para aqueles que não sabem (e faço mea culpa que não sabem porque a desnaturada aqui não dá notícias ou se comunica com o outro lado do Pacífico), deixei Taupo para iniciar minha trip pela Nova Zelândia. Vou mochilar pelo país durante um mês e, na manhã de Natal, sigo para Austrália, onde me junto a minha querida amiga Anita para viajarmos por mais dois meses... eeeeee!!!

Primeira parada: Auckland


Saí de Taupo na quinta (26) de manhã rumo a Auckland. Depois de uma viagem super cansativa, já que minha pequena fissura na cabeça não me deixava encostar no banco, chegou a maior cidade da NZ... ou melhor, cheguei ao engarrafamento na entrada da cidade... putz, tudo bem que eu estava sentido falta de um monte de coisa de cidade grande (como prédio com mais de dois andares e sinaleiras... hahahahaha), mas congestionamento definitivamente não.

Enfim, depois de ter tempo suficiente para lembrar e relembrar o quanto carros enfileirados são desagradáveis, cheguei ao terminal onde os queridos Pedro e Gisele foram me buscar... eles são brasileiros, mas ele mora aqui vai fazer 10 anos e a Gi quase dois.

A ideia inicial era dormir na casa deles, largar as minhas coisas no dia seguinte e passar o final de semana em Coramandel, uma praia não muito perto daqui. Mas acabei resolvendo aproveitar o colo e a hospitalidade brasileiras e ficar.

Eles foram anfitriões maravilhosos... me mostraram a cidade, fomos a um festival, vimos a parada do Papai Noel e até feijão cozinharam.... Além de companhias agradabilíssimas (que também me apresentaram outros amigos super queridos) me fizeram me sentir em casa todo o tempo. Brigadão queridos!!!

Bom, amanhã à noite pego minha mochilinha e começo minha jornada sozinha rumo à ilha Sul. Por equanto, fiquem com algumas fotinhos da minha passada por Auckland.

Eu, Gisele e Pedro

Grey Lynn Park Festival on Saturday afternoon

Santa Parade: Brazilian people... the happiest

On the beach... home sweet home


sábado, 28 de novembro de 2009

Goodbye, Taupo!


My first picture in Taupo, four months ago

Quatro meses se passaram e me despeço de Taupo. Depois de um começo difícil e de uma adaptação bastante sofrida, confesso que saio com o coração doído e, como não poderia deixar de ser, afinal de contas estamos falando de mim, com muitas muitas lágrimas... Um tanto de coisa aconteceu durante minha estada nessa minúscula cidade. Não é nenhuma novidade de que o que vivemos durante viagens e quando moramos em outro país têm uma intensidade monstruosa. Um dia pode representar a vivência de uma semana, um mês ou até muito mais se compararmos a rotina em nossa terra natal. Aprendi muito e não tenho dúvidas de que saio daqui uma outra pessoa... e mais uma vez é preciso exercitar a arte do desapego... ai ai...

No fim de tudo, tenho certeza de que as coisas aconteceram como eu pedi e precisava. Queria uma cidade pequena, sem brasileiros, com uma vida completamente diferente da que vinha tendo em São Paulo... e tive. Foi difícil? Extremamente.

Cheguei num inverno do caralho... temperatura baixa + vento gelado que vem das montanhas + chuva constante + morar longe da escola + inexistência de transporte coletivo = “o que eu estou fazendo aqui?”. Pra ajudar, em meus primeiros dias recebo a notícia da morte da minha vó... era impossível não pensar “o que eu estou fazendo aqui?”... Vai pra aula nesse tempo, caminha 40 minutos pra ir e pra voltar, e encontra um bando de adolescente filhinho de papai que não quer nada com nada... “oi, o que eu estou fazendo aqui?”... tenta ter vida social, vai pro pub (entenda-se três opções) mas não consegue entender nada do que as pessoas te falam, primeiro porque elas não interagem nas primeiras duas horas, segundo porque depois disso elas estão tão bêbadas e a música tão alta que daí mesmo que era impossível compreender bulhufas... “senhoooor, o que eu estou fazendo aqui?”.

De uma hora para outra, era tudo diferente, era tudo novo... língua, comida, cheiros, gostos, arquitetura, meio-ambiente, cultura... era falta do sal como tempero, das cores nas casas, do calor do sol no corpo e do toque das pessoas... como eu sentia falta de abraços e como eu precisava deles!!!

Depois de tantas perdas na minha vida, aprendi que quando as coisas estão realmente muito difíceis temos duas opções: a primeira é sentar e reclamar pra seeeeeeempre do quão azarados somos (o que não vai mudar em nada), e a segunda é levantar, sacudir a poeira e seguir em frente. Falar é fácil, né? Como não sou nenhuma Pollyana, embora meu sarcasmo sempre me salve, óbvio que a volta por cima não foi assim tão instantânea (e agradeço, principalmente, aos ouvidos da Mari e da Anita... hehehe)... mas aconteceu.

As caminhadas diárias para escola se tornaram minha principal diversão. O caminho de ida e volta muitas vezes era mais interessante que estar em sala de aula. Foram momentos infindáveis de reflexão, de pensar na vida, de expurgar coisas ruins.

Sobre a escola, conversei com professores, tentei trocar, não deu... comprei uma boa Gramática, estudei duro... Sobre onde morava, mudei de casa (aquele negócio de homestay, com uma pessoa preparando minha comida me incomodava muito, me sentia invadida e invadindo), fui viver perto do centro em um flat com mais seis caras (dois da Alemanha, dois da Índia e um de Fiji). Passei a falar mais, interagir mais e fiquei mais segura com meu inglês... thank you, guys!

E, nesse meio-tempo, eis que a primavera chegou... conheci pessoas, estabeleci amizades... a cidade ficou colorida, o clima mais agradável, minhas caminhadas foram além da beira do lago, pimenta virou meu tempero, aprendi a não me importar com a bagunça dos meus companheiros de casa e ensinei muita gente a abraçar.

Em minha última noite na cidade, um dos meus flatmates me perguntou se eu pudesse voltar meses atrás e escolher outra cidade, outro país e fazer tudo diferente, se eu o faria... Minha resposta: definitivamente não! Nada foi perfeito. Sofri, chorei, espernei, mas, no fim, fui muito feliz em Taupo!

E para fechar com chave de ouro meu último dia na cidade, além do Bumgy Jump, era obrigada a tomar banho no lago (quem me conhece sabe que não poderia ir embora sem fazer isso)... tinha feito algumas tentativas frustradas, já que água era sempre congelante, e essa era minha última chance. No que coloco meu pezinho dentro da água, faço a proeza de escorregar numa pedra, levar um puta tombo, bater e abrir a cabeça! Fiquei imóvel por alguns segundos... “putaquepariuvaisefuder, não acredito, me quebrei toda!!!! Como é que uma pessoa pula de 47 metros de altura, sai ilesa e tenta só dar uma porcaria de um mergulho em um lago (oi? um lago!! ...sem ondas ou correnteza) e abre a cabeça?”... consegui recuperar a voz, chamei minha amiga, que me ajudou a levantar... vi algumas estrelinhas e quando botei a mão na cabeça, senti o ovo e vi o sangue... não teve jeito, toca pra clínica... Nada grave, só um curativinho, uma linda faixa na cabeça e mais uma lembrança pra levar de Taupo! Agora ficou claro, minha relação com o lago era limitada (assim como seu tamanho) a contemplação e reflexão... meu negócio é o mar, mesmo!

E assim parto... com muitas lágrimas, o coração apertado e o corpo inteiro dolorido

Para fechar esse rápido balanço, seguem fotos daquilo que mais vou sentir falta (what I'll miss so much)...

People...

Maria Helena, my lovely Colombian friend

Kelly, my dear Singapore friend

Tomas and Tobias, my crazy German guys

Esther, my angel

My classmates Claire (Switerzland), Brenda (China) and Maria Helena (Colombia, again) and my teacher Chris (NZ)

The latin girls: Alice (Brazil), Barbara e Tina (Argentina)

Chats im my house with food, beer, wine, rum...





Walking and landscape...

Walking, walking, walking...

Lake front, wintertime

Craters of the moon

Kaiamanawa

Maori Cravings

Sunset and ducks

Tongariro crossing: rest stop

Tongariro: almost the summit

See you...

Bumgy jump: eu pulei de 47 metros de altura!!!!

Oiiieeeee... sim, sou uma jornalista desnaturada que tem o blog mais desatualizado da Oceania... desculpa, tá bom?! Prometo não prometer que não vou mais abandonar vocês ou que vou postar uma história nova (ou velha) a cada não sei quanto tempo...

...Enfim, vamos ao que interessa...

O cenário escolhido (atenção para o canto superior direito... é dali que me joguei)

Antes de vir para cá, cheguei a comentar com alguns que faria... Mas depois de uma conversa com meu amigo Juliano, ainda antes de embarcar, meio que balancei... Daí cheguei aqui, caí no snowboarding, balancei mais ainda... O tempo foi passando, visitei o lugar do pulo, vi a altura, e, aos poucos, desisti. Achava que, realmente, não rolaria. Muito pelo medo, é claro, mas mais por ter que pagar quase 100 dólares...

Eis que última terça-feira (24) um dos meus professores me vem com uma resposta irrecusável. Decidi ir embora de Taupo no meio da semana e não no final de semana, como previsto anteriormente... a escola disse que não devolveria o dinheiro, mas que me daria uma atividade, caso eu quisesse. Não pensei duas vezes e disse: bumgy jump. Claro que as 12 horas seguintes foram uma eternidade, não dormi direito e quando acordei não conseguia parar de pensar "pra que vou fazer isso?!".

O negócio foi não pensar muito... respirar e pular... no fim, acho que essa foi uma boa forma de fechar meu ciclo em Taupo.

Ainda não acredito que fiz bumgy jump, mas fiz!!! E para provar pra mim e para vocês seguem algumas fotos e o vídeo....

Se preparando para o pulo e parecendo muito calma

Dando aquele que poderia ser meu último tchau

Prestem atenção na risada nervosa

É "só" abrir os braços e se jogar

...1, 2, 3... fui...

Uhuuuuuuuuu

Para terminar, o mais excitante: o vídeo!! Estão vendo que a criatura aqui está renegando toda hierarquia da informação, né? ...desatualizada e com o mais importante para o final... Come on, people, tô de férias!!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Estreando na neve


Definitivamente, minha primeira vez na neve vai ser inesquecível! Um pouco pelo primeiro contato com aquela imensidão branca e gelada (realmente é foda... e totalmente diferente de tudo que já tinha visto), outro tanto pela maneira como resolvi fazê-la (claro que não poderia ser sem emoção, né gente?), e, ainda nesse momento, pelas sessões semanais de fisioterapia (ai ai)...

Segunda semana na Nova Zelândia. Estou sentada na sala de aula quando chega às minhas mãos uma lista sobre interessados em ir à montanha no dia seguinte. O nome do lugar é Monte Ruapehu, o único no mundo onde é possível esquiar em um vulcão ativo!!!

As opções eram skiing ou snowboarding. Na hora me lembrei do André, meu cunhado, que me disse para não deixar de fazer snowboarding. Sem hesitar um segundo, coloquei meu nomezinho e ainda convenci minha amiga colombiana a ir comigo. Afinal, se é pra se aventurar, vamos fazer direito!

Vai na loja, escolhe roupa, prancha e todos os apetrechos necessários para a empreitada. Quase todos...

No dia seguinte, 7 da matina, todo mundo no lugar combinado. Éramos em umas 15 pessoas. Surpreendentemente o dia estava lindo, com um sol maravilhoso e sem vento. “É um ótimo sinal”, pensei eu. Lá fomos nós. O lugar fica a quase uma hora de distância do “centro” de Taupo.

Chegando lá, troca de roupa e tenta andar no asfalto com aquelas botas e roupa que ficamos três vezes maior do que realmente somos. Pezinho na neve (uauuuu!!! amazing!!! neve de verdade!!!!). Senta pra encaixar a prancha nas botas, porque de pé foi impossível... super escorregadio ("tudo bem, é só o começo! é minha primeira vez!”).

Na primeira tentativa de ficar de pé não conseguia parar de pensar por que tinha abandonado a Yoga!?!?!! (foi necessário persistir e persistir... talvez não seja tão divertido, pensei por um segundo, logo recupera-se o otimismo). Não sei se era a falta de elasticidade, a neve, a quantidade de roupa, enfim... mas só para ficar em pé já é difícil!

Fiquei de pé (por 10 segundos!!)... eeeeee!!!! Cai... todo o processo para levantar de novo... fica de pé mais um pouco... dessa vez por mais tempo, mas é preciso aprender a frear sem precisar se jogar no chão. Só que isso é muito difícil... e na hora que o negócio atinge certa velocidade (o que é fácil) é quase impossível parar.

A pista era para iniciantes, claro. O que significa um lugar não tão íngreme, mas nem por isso sem emoção. E tombos são inevitáveis, certo? Agora, por favor, alguém me explica como que as pessoas se propõe a fazer um negócio desse e ninguém gritaaaa?!?!??!!? Eu e a colombiana fomos uma atração a parte, claaaaro. Porque não dá pra descer em cima de uma prancha na neve em alta velocidade sem gritar, meu povo!!! Acho que éramos as únicas que pensávamos isso... hahahahaha...

Cerca de 10 minutos depois de iniciar a empreitada, estava um pouco mais confiante. Consegui ficar de pé e fui descendo pra seeeempreeee... Quando o negócio começou a ficar muito rápido e vi que ia descer por uma morreba me joguei com tudo... “Morri”, tinha certeza. A começar pela minha cabeça, todo meu corpo estava completamente dolorido. Recuperei a coragem e fui tentar levantar. Percebi que me apoiar com a mão direita era impossível, mas também estava totalmente dormente, afinal estava imersa no gelo.

Última tentativa. Não mais do que um metro... consegui cair de novo... e exatamente em cima da mesma mão. Não teve jeito. Game over! Dessa vez precisei de ajuda para levantar e segui até a clínica médica da estação.

Confesso, chorei! De dor, de raiva, por não entender uma palavra do que a grossa da enfermeira me falava e que meu professor, pacientemente, me explicava... Ela me deu um puta esporro (paulistas, sabem o que é? É bronca) porque eu não estava usando itens básicos e indispensáveis de segurança, como um protetor no pulso. Ninguém me falou nada, como é que eu iria saber?!?!?!?!

Resultado: luxei meu pulso e fiquei o resto do dia vendo as pessoas se divertirem enquanto eu esperava meus colegas! Duas semanas em meia sem poder escrever, digitar ou usar minha mão direita... (agora vocês entendem, pelo menos um pouquinho, a minha falta de notícias?!)

Hoje, dois meses depois, continuo fazendo sessões semanais de fisioterapia. Provavelmente o pulso machucado acordou a cervicobraquialgia que me acometeu há uns três anos atrás.... não posso ficar muito tempo escrevendo ou na frente do computador que dói pra caramba, mas estou bem, não se preocupem! E juro que queria tentar snowboarding de novo antes de voltar ao Brasil...

domingo, 18 de outubro de 2009

A Nova Zelândia é verde!!!!

Queridos,

Sei que a muitos não vão acreditar, mas sim, meu blog está no ar!!!!! Eeeeeee... Tudo bem, eu sei, logo logo eu vou estar de volta ao Brasil, e talvez muitos pensem que nem tem mais graça, mas prometo tentar recuperar o tempo perdido, ok?! Tá bom, a maioria não acreditou... é, não posso reclamar porque sei que não tenho razão...

Enfim, muitas coisas fizeram com que meu contato com o outro lado do mundo fosse um tanto complicado. Tentarei contar aos poucos. Quem sabe eu consiga terminar antes de voltar ao Brasil... hehehe

Ainda não sei como vou fazer para postar. Talvez eu vá escrevendo sobre coisas que eu lembre e coisas novas ao mesmo tempo... esse primeiro eu digitei no dia que cheguei. Dois meses se passaram, mas acho que legal nem que seja para registrar minhas primeiras impressões do lugar, com comentários atuais para não ser tão desinteressante!

Sobrevivi à travessia do Pacífico!!! Eeeee!!! O avião não caiu e não fui parar na ilha de “Lost”... O voo, por sinal, foi bem melhor do que o temido. Nenhuma turbulência durante as mais de 15 horas de viagem pelo céu. Até consegui dormir um pouquinho, embora os ônibus convencionais da 1001 e da Catarinense sejam bem mais confortáveis. Ao contrário do que muitos me falaram, não achei o serviço de bordo da Aerolíneas Argentinas ruim. Bem ok, por sinal.

A maioria dos brasileiros que estava no vôo ia para Austrália, mas especificamente Sidney. Eu e mais uns cinco descemos na NZ. Praticamente todos ficaram em Auckland, que é a maior cidade do país, embora a capital seja Wellington.

Mas, vamos as impressões do primeiro dia em Aotearoa (é como os Maoris – nativos do lugar – chamam o país). Total primeiras impressões, ok? Provavelmente elas devem mudar.

- A Nova Zelândia é verde!!!!!!!!!! Meu povo, olhando lá de cima, só dava pra ver um relevo super acidentado e muuuuuuuuito verde. Acho que vocês não estão me entendendo, é muito verde, mesmo. Pensa numa coisa verde. É mais!!! Até em Auckland, que é populosa, do alto o verde se sobressai as outras cores. Na hora eu pensei, “se depois disso, eu não for morar na copa de uma árvore, fico de vez em São Paulo!!!”. Ah, a impressão se confirmou em terra firme... tem muita área verde.
Passaram-se dois meses e, definitivamente, essa é uma verdade absoluta!!!! O país é praticamente inabitado!


- Fugi do frio do Canadá e vim parar em Rancho Queimado! Também pode ser Angelina ou qualquer outra pequena cidade catarinense colonizada por alemão ou italiano (só que aqui falam inglês) que faz frio, tem muito pasto que amanhece todo coberto de geada e aquele povo loiro de pele avermelhada – isso quando tu consegues ver alguém na rua por conta da baixa temperatura. Quando cheguei ao aeroporto de Auckland havia um simpático casal assim, segurando uma plaquinha com meu nome. De fato, eles poderiam muito ser algum tio-avô Stähelin, Schmidt, Kretzer... Foram eles que trouxeram eu e um chileno de lá até Taupo durante mais três intermináveis e cansativas horas de viagem de carro. Em terra firme, pude perceber que todo o verde é totalmente coberto por muita neblina. Muita! Me senti subindo a BR 282 rumo à Lages... No percurso passamos por umas duas cidades... pequenas... claro!
Beleza, a primavera começou no mês passado mas resolveu dar um frio que não se via há décadas por aqui. Legal, né? Dizem que em dezembro melhora, que é quando eu deixo o país!

- Os carros andam sozinhos aqui. Tudo poderia ser mais familiar se não fosse isso. Sim porque tu olhas pro carro e a pessoa que guia está do lado contrário... A mão inglesa faz tudo mais estranho, sem dúvida. Principalmente quando vem um caminhão lá na frente e tu estás do lado esquerdo da estrada (a vontade é gritar pro motorista: “volta pra mão certa”), ou quando vais atravessar a rua... (é um exercício consciente e repetitivo: “primeiro olha pra direita Camila, depois esquerda”). Mas se tu olhas e “não tem ninguém dirigindo”, pensa “ele tá parado, pode seguir”... é preciso cuidado, mesmo!
Confesso que isso ainda me é estranho e vira e mexe tento entrar do lado errado do carro.

- Onde estão as ovelhas???? E aquela história de 16 milhões de ovelhas para 4 milhões de habitantes?! Sim, porque durante a viagem que fiz por terra o que mais vi foi gado. Dezenas de pastos de boi, para três ou quatro de ovelha. Confesso, me decepcionei! Mas a Wendy (que me recebeu em sua casa nos dois primeiros meses.. . uma querida!) me explicou (ao menos foi isso que entendi... hehe) que depende a região do país. E que apesar de ter muito boi, sua carne é cara porque é para exportação.

- As casas têm todas as mesmas cores.
Sabe aquele cenário de filme ou seriado estadunidense, com as casas todas brancas e tons pastéis que variam do creme ao café-com-leite? A ousadia maior é o preto ou um marrom mais escuro nas aberturas e telhados!!! Tudo bem, o verde do mato compensa. As casas costumam ter árvores ao redor. Ah, ia esquecendo, a única coisa colorida que vi até agora foi na estrada. Uma fazenda (eu acho, apesar de não saber de que... não tinha placa, embora isso não fosse garantia de entendimento) que tinha uma bandeira rastafári, com um portão da mesma cor... e, mas para frente, pasmem, tratores e outras máquinas todos pintados com as cores verde, amarelo e vermelho!!! Hahahahahaha... o que seria aquilo, hein? Alguém sabe?

- Os neozelandeses são muito engraçados e solícitos. Pelo menos, todos os que encontrei até agora, se esforçaram horrores . Quando pedi, falaram devagar, repetiram, escreveram, soletraram (porque o sotaque é foda), fizeram mímica e desenharam... ah, e quando, mesmo assim, eu não entendo (sorryyyyyy!!!), eles se sentem super mal. Já até formei uma fila enorme (e ninguém reclamou ou olhou feio) em uma loja de eletrônicos enquanto o paciente caixa me explicava sobre o cartão para o celular e as tecnologias disponíveis. Já não entendo bulhufas disso em português, imaginem isso em inglês?!
Eles só precisam abrir a boca pra falar... porque além de rápido não se articula! É difícil entender o sotaque kiwi, definitivamente!

Bom, caríssimos, pra começar é isso. Juro que vou tentar ser mais presente e mais sucinta, ok?!

Saudades!

Beijos e cheiros!!!