No caminho para Coromandel Town
Depois de minha incursão selvagem pela ilha Sul retornei à ilha Norte para aqueles que seriam meus últimos dias na Nova Zelândia. Meu primeiro destino foi a Península de Coromandel. Dessa vez fui precavida e já tinha uma passagem na mão. O único problema é que a pessoa comprou o ticket para o lugar errado. Eu achava que tinha comprado para uma cidade, mas fui parar em outra. Queria ir para Whitianga e cheguei em Coromandel Town. Um lugar pequeno (ok, isso está se tornando redundante por aqui), mas com nada realmente interessante (e grátis) para fazer. Minha sorte foi um albergue super aconchegante, com pouquíssimas pessoas e ar de casa de campo. Cheguei lá no meio do dia e decidi que na manhã seguinte partiria para meu verdadeiro destino.
Decidi então comprar uma outra passagem de ônibus, já que não estava muito certa em tentar pegar carona na ilha Norte. Mas daí que lá mesmo no albergue conheci dois irmãos de Wellington que me ofereceram uma carona. E lá fomos nós... Whitianga em si não tem nada demais. Por sinal, isso é muito comum na Nova Zelândia. Vemos fotos que, supostamente, pertencem a um lugar e quando chegamos nele descobrimos que é, pelo menos, uns 20km de distância e, claro, nunca tem transporte coletivo. Bom para as empresas de turismo...
Canto esquerdo da praia de Whitianga
Mas daí que conheci um francês e um alemão que se juntaram a mim na estrada. No primeiro dia fomos descendo para o sul, rumo a parte mais turística (Catedral Cove e Hot Water Beach, principalmente), mas também descobrimos prainhas lindas e desertas.
Catedral Cove: conseguem me ver?
Hot Water Beach: quando a maré está baixa, as pessoas cavam buracos de ondem saem água quente
Em uma das caronas que pegamos, quando descemos o alemão se deu conta que tinha esquecido dentro do carro a câmera fotográfica comprada na semana anterior em Auckland... isso depois de ter sido roubado em seu primeiro dia na NZ. Não tínhamos noção do nome da menina que nos deu carona, mas sabíamos que estava indo para Auckland e que morava na cidadezinha onde nos pegou. Era canadense e iria fazer intercâmbio no Brasil neste ano. Ele decidiu voltar no lugar enquanto eu e o outro cara seguimos em frente... para sorte dele, depois de perguntar por ela em umas lojinhas, conseguiu o telefone da garota, que nos mesmo dia devolveu a câmera...
Enfim, no dia seguinte, pé na estrada... dessa vez rumo ao norte e para uma parte nada nada nada turística. Por conta disso, foi preciso andar mais até que alguém parasse, mesmo porque passava bem menos carros. Já tinha me dado conta disso na ilha Sul, quanto menor o lugar mais fácil de pegar carona, desde que passe carro... o que pode realmente demorar. Não sei, acho que as pessoas não são tão medrosas e param com mais facilidade porque sabem que é difícil o acesso. E daí que vimos praias muito mais bonitas e conhecemos gente super legal, com direito a convites para café em suas casas e tudo...
Eis que bateu o vento novamente... levantei pronta para partir. Ainda tinha seis dias no país e não estava muito disposta a dispensar todos em Auckland, de onde partiria para Austrália. Estava na dúvida se iria para norte do norte (única região que não tinha estado) ou se iria para algum lugar ao sul... beleza, quem parar primeiro, lá vou eu... E parou um cara que não iria muito longe, mas me adiantaria um bom pedaço. Ele me contou que tinha viajado de carona por toda África, Austrália e NZ com a namorada alguns anos atrás. Agora ela estava grávida, eles começavam a formar uma família e decidiriam se aquietar um pouco... por sinal, muitas das pessoas que pararam para mim já tinham viajado de carona alguma vez na vida por algum lugar e contaram histórias interessantíssimas (daria para fazer um blog só sobre elas). Paramos em uma intersecção onde eu poderia continuar em frente ou teria a opção de pegar uma estrada de chão, onde não passaria muitos carros mas que a vista era mais bonita.
Depois de ficar alguns segundos em um ai bai bia mental olhando para uma estreita ponte e para a estrada de chão, segui a ponte. E foi só atravessar que um carro parou.... o casal estava indo para Auckland (decisão tomada... de lá seguiria para o norte) e disse que sempre usava a estrada de chão, mas que aquele dia resolveu mudar de caminho. E assim fomos, conversando por quase quatro horas de viagem... eles foram ótimos, parando em mirantes para eu bater fotos e desviaram o caminho, que não era exatamente a cidade, para me deixar na porta da rodoviária!
Vista da estrada em algum lugar entre Whitianga e Auckland
Vista da estrada em algum lugar entre Whitianga e Auckland
De Auckland segui para Paihia, em Bay of Islands. Fiquei lá por dois dias e duas noites. O lugar tem vários pacotes para lugares lindos (que só vi em fotos), a maioria ilhas, e dessa vez não dava para ir caminhando... o jeito foi fazer umas trilhas onde era possível e foi isso.
Trilha em Paihia
De volta a Auckland mais uma vez.
Lembram dos queridos Pedro e Gi, que me receberam em Auckland e onde deixei minha mala? Então, eles me apresentaram um casal de amigos, o Paul e a Echo, que tem dois filhinhos fofíssimos, o Cosmo e o Linton... Eles tinham a chave da casa do Pedro (que estava viajando com a família) e eu os encontraria para poder pegar minhas coisas. Mas daí que já me levaram para a casa deles. Saímos para um picnic no parque regado a boa comida e bom vinho, crianças brincando, conversa deliciosa, abraços, lágrimas e risadas. E ainda me convidaram para a ceia de Natal na casa deles. Para quem achou que passaria a noite do dia 24 sozinha, no aeroporto, não poderia ter recebido melhor presente do que ser adotada por uma família queridíssima e me sentir super em casa, acolhida e à vontade.
Um comentário:
Poxa, acrescentasse uma foto nova a este post ou foi impressão minha? e o que aconteceu com os comentarios desse post???
mistérios...
hehhe
bjuuuuuus e saudades!!!!
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